As histórias de nossa tradição, registros escritos, falados e muitas vezes esquecidos, podem nos dizer muito sobre as formas com que nossos antepassados lidaram com as emoções, gestos e sonoridades de vários contextos, com os acontecimentos de uma época e com a tradição que herdaram e ao mesmo tempo criaram.
Realizar uma memória, desses registros de muitas memórias, é poder vislumbrar interpretações diversas para uma tradição que se renova a cada dia e que é capaz de expressar de formas diferentes algo que se repete com o tempo. Nesse caso, a memória é sempre criação quando expressa. Mesmo quando perfaz o passado, é no presente que se registra e assim pode ser dita a partir do tempo atual, com suas outras tantas formas de expressar o que foi comum em outras épocas.
Para a produção artística e o ensino da arte, as histórias dos diversos contextos culturais, bem como esse entendimento de memória e de tradição, podem contribuir de forma significativa para evitar o tratamento saudosista e romântico geralmente atribuído as manifestações reconhecidas como populares. Essas histórias também podem apontar para a criação de novas configurações estéticas capazes de problematizar as configurações outrora universalizadas e tidas como modelos estéticos inquestionáveis.
Quem conta um conto, aumenta um ponto: memória e criação na formação de professores é um encontro destinado a fomentar, discutir e propor situações que possibilitem vislumbrar abordagens diversas das histórias da tradição no contexto da arte e da educação. O contexto de referência é o da formação de professores, lócus propício para uma discussão sobre memória e criação que permita com que as instituições educacionais respondam de forma crítica a necessidade de olhar para os próprios contextos nos quais estão inseridas a partir da abordagem poética de suas múltiplas histórias. A programação, que inclui oficinas, palestras e espetáculos, é destinada a professores da rede de ensino básico, alunos de cursos de licenciatura, artistas e quem mais possa interessar-se pela abordagem poética das histórias da tradição potiguar.
O evento é uma das ações realizadas pelo Projeto Era uma vez uma história contada outra vez: Educação, memória, imaginação e criação, contemplado no Edital 07/2008 PRO CULTURA do MINC-CAPES, que tem a Unicamp como instituição proponente, sob a coordenação geral da Profa. Dra. Márcia Strazzacappa, e a Universidade Federal de Goiás e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte como instituições parceiras. Na UFRN, o projeto tem vinculação formal com o Programa de Pós-graduação em Educação, apoio do Departamento de Artes, da Pró-reitoria de Extensão, do Núcleo de Arte e Cultura e do Projeto Escambo de saberes. A organização é uma parceria entre grupos de pesquisa das universidades envolvidas, a saber: Cirandar – Grupo de Pesquisa em corpo, dança e processos de criação (UFRN), Laborarte – Laboratório de estudos sobre Corpo, arte e educação (Unicamp), IPU – Núcleo de Estudos Interdisciplinares corpo, jogo e criação cênica (UFG) e LHACO - Laboratório de estudos sobre história e artes do corpo.
A programação é gratuita.
Inscrições antecipadas para as oficinas a partir do email: eraumavez_contos@hotmail.com
Distribuição de convites para a apreciação dos espetáculos durante a programação da noite do dia 15/06.
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